O Que Mudou
O ritmo da história foi mais acelerado. A novela original ficou seis meses no ar, e a atual deve durar apenas quatro. Assim, na primeira versão, a protagonista Gabriela (Sônia Braga) passou vários capítulos viajando do sertão para Ilhéus. No remake, Gabriela (Juliana Paes) fez toda a trajetória e já chegou na cidade no primeiro capítulo. E ainda teve tempo de finalizar o capítulo encontrando seu grande amor: Nacib (Humberto Martins).
Mudou também o aspecto do cabaré Bataclan. Se na versão original ele era um singelo, pequenino e discreto – mas muito charmoso – bordel, frequentado por meia dúzia de homens, no remake o Bataclan virou uma espécie de Moulin Rouge: enorme, lotado, fervido e quase high tech, apesar da história se passar na Ilhéus de 1925. Champanhe estourando por todos os lados, muito luxo e até uma canja de Ivete Sangalo.
Essa é outra mudança: a personagem Maria Machadão, dona do Bataclan, era uma velha prostituta, interpretada por Eloísa Mafalda. Desta vez, Maria Machadão surge bem mais nova, na pele de Ivete, e cantante. Ao longo da novela, Machadão / Ivete deve dar outras canjas no palco do Bataclan.
A personagem Zarolha, vivida em 1975 pela inesquecível Dina Sfat, tinha uma personalidade firme, decidida e quase autoritária, dominando Nacib, que até então era apaixonado por ela. No remake, Zarolha surgiu mais bobinha e romântica, encarnada por Leona Cavalli. E levou até bronca de Maria Machadão.
Por fim, mudou bastante a saga de Gabriela no sertão. Em 1975, os parcos recursos da Globo na época mostraram a personagem viajando por um sertão empoeirado e repleto de cactos, em tomadas mais fechadas e claustrofóbicas. Em 2012, a novela esbanjou qualidade visual e a peregrinação de Gabriela e seus “camaradas” ganhou ares cinematográficos, com cenas de cartão postal e visual deslumbrante, abusando de planos gerais de tirar o fôlego.
O Que Continua Igual
A principal semelhança do remake com o original está na trilha sonora. A abertura foi com “Modinha para Gabriela”, cantada por Gal Costa, como em 1975. Outras músicas da trilha original também voltaram, como “Guitarra Baiana” e “Alegre Menina”.
O comportamento de Gabriela manteve-se fiel ao livro de Jorge Amado em que se baseia a novela. A personagem tem um jeito brejeiro que encanta os homens. Como na versão original, Gabriela teve uma noite de amor com Clemente (Daniel Ribeiro), e já flertou com Nacib.
A trama inicial da história – a procissão da cidade, com o objetivo de fazer chover em Ilhéus – também já foi esboçada, incluindo o sonho de Zarolha, que decide que as prostitutas da cidade devem sair na procissão. O primeiro capítulo da versão de 1975 era basicamente sobre esse ponto de partida.
Veja o Antes e o Depois dos Personagens de Gabriela
Uma Curiosidade: José Wilker e Ary Fontoura aparecem nos elencos das duas versões de Gabriela. Em 1975, Wilker foi Mundinho Falcão (personagem hoje de Matheus Solano). Agora, Wilker é o Coronel Jesuíno (que foi Francisco Dantas em 1975). Ary Fontoura, por sua vez, foi o Doutor Pelópidas em 1975 (hoje, Ilya São Paulo), e na versão atual é o Coronel Coriolano (personagem de Rafael de Carvalho na década de 70).
Fonte: Gente IG
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