O soluço é resultado de
uma contração involuntária do diafragma, um fino músculo que separa o
tórax do abdômen e que, juntamente com os músculos intercostais
externos, é responsável pelo controle da respiração. Seus movimentos de
contração e relaxamento permitem que inspiremos e expiremos o ar e são
controlados pelo nervo frênico, situado logo acima do estômago. Os
incômodos do soluço surgem a partir de uma irritação do nervo frênico,
cujas causas podem ser diversas (distensão gástrica pela ingestão de
bebidas com gás, deglutição de ar ou alimentação em grande volume;
mudanças súbitas da temperatura de alimentos ingeridos; modificações da
temperatura corporal, como sauna seguida de ducha gelada; ingestão de
bebidas alcoólicas; ou até mesmo gargalhadas). Quando ele fica ou
sensibilizado, envia uma mensagem para o diafragma se contrair, o que
dispara o soluço.
O característico
barulhinho “hic, hic” surge quando ocorre fechamento súbito da glote
(abertura superior da laringe, onde se localizam as cordas vocais),
produzindo vibração nas cordas vocais.
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Figura traduzida de: http://health.yahoo.com/topic/respiratory/overview/article/healthwise/popup/zm2667
Sim. Quando levamos um
susto, provocamos uma forte inspiração, levando a um aumento do volume
de ar nos pulmões. Os pulmões pressionam o diafragma, fazendo com que
ele se estique e volte a funcionar normalmente. Mas existem maneiras
menos drásticas que também funcionam: tomar um copo d’água com nariz
tampado ou inspirar e segurar o ar por alguns instantes.
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Os brônquios e a
traquéia são tão sensíveis a um toque leve, que quantidades mínimas de
material estranho ou substâncias que causam irritação iniciam o reflexo
da tosse. Impulsos nervosos aferentes passam das vias respiratórias
(principalmente pelo nervo vago) ao bulbo (medula oblonga), onde uma
seqüência automática de eventos é disparada por circuitos neuronais
locais, causando os seguintes efeitos:
- inspiração de até 2,5 litros de ar;
- fechamento da epiglote e das cordas vocais para aprisionar o ar no interior dos pulmões;
- contração forte dos
músculos abdominais e dos músculos intercostais internos, empurrando o
diafragma e provocando aumento rápido de pressão nos pulmões (de 100
mmHg ou mais);
- abertura súbita das cordas vocais e da epiglote e liberação do ar dos pulmões sob alta pressão.
Desta forma, o ar que é
expelido de forma explosiva dos pulmões para o exterior se move tão
rapidamente que carrega consigo qualquer material estranho que esteja
presente nos brônquios e na traquéia.
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Figura adaptada de http://coursejournal_medicina.blogs.sapo.pt
O reflexo do espirro é
muito parecido com o reflexo da tosse, exceto pelo fato de se aplicar às
vias nasais, ao invés das vias respiratórias inferiores: o estímulo que
inicia o reflexo do espirro é a irritação das vias nasais. Impulsos
aferentes passam do quinto par de nervo craniano ao bulbo, onde o
reflexo é disparado. Uma série de reações semelhantes às do reflexo da
tosse acontece, grandes quantidades de ar passam rapidamente pelo nariz,
ajudando, assim, a limpar as vias nasais.
Você sabia que:
- o ar que sai das narinas durante o espirro atinge em média 150 Km/hora?
- ao espirrarmos espalhamos aproximadamente 40 mil gotículas de saliva?
Pois é, por isto o espirro é uma excelente fonte de transmissão de doenças respiratórias.
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Tirando o mito primeiro: não é porque os olhos podem sair da órbita que os fechamos ao espirrar (UFA)!
Quando uma partícula
estranha entra no corpo pelas vias nasais, estimula os receptores locais
que, por meio do nervo trigêmio (que coordena os movimentos da face),
avisam o tronco encefálico que é hora de entrar em ação.
Ao receber a mensagem, o
tronco encefálico reage imediatamente à invasão, gerando uma série de
impulso motores que contraem o abdômen, o tórax e o diafragma, até
chegar ao nervo facial.
Os reflexos que chegam
ao nervo facial também desencadeiam movimentos para expulsar a partícula
estranha. Essas contrações atingem diversos músculos da face, incluindo
o músculo orbicular, que controla o abrir e o fechar dos olhos. Como
resultado de todo esse esforço, fechamos os olhos.
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