Dezembro de 2012 marca o fim de um ciclo definido pelo calendário Maia.
Muitos acreditam que isso se traduzirá em desastres e cataclismas
naturais – algo muito próximo da concepção cristã do Juízo Final.
Outros acreditam que essa data marcará o fim da ênfase materialista da
civilização ocidental. De qualquer modo, as especulações sobre a
natureza dessa previsão estão se aproximando cada vez mais da ciência,
mais particularmente das transformações que ocorrem ciclicamente com as
irradiações solares.
O que você acharia se alguém lhe dissesse que Deus está no centro da galáxia,
de onde emite ordens que nos são transmitidas através dos raios
solares? Essa era a idéia que os maias faziam de Deus, a quem chamavam
de Hunabku – e diziam ser a energia radiante existente no núcleo da Via
Láctea. Segundo eles, Hunabku se comunicaria com a Terra pela radiação
galáctica transmitida para nós através do Sol. O Sol, portanto, não
seria apenas a fonte e o sustentáculo da vida, mas também o mediador da
informação que chega até ele de outros sistemas estelares através da
energia radiante.
Embora a ciência moderna nunca tenha
abordado esse assunto tal como os Maias o fizeram, recentemente os
físicos se deram conta da influência de radiações que atravessam a
galáxia. A astrofísica atual descreve essas radiações como ondas de
densidade que varrem a galáxia e influenciam a sua evolução. O
nascimento do nosso Sol, por exemplo, foi resultado dessa onda. Na
realidade, toda a formação estelar deve-se, em princípio, a essa
radiação, demonstrando que a galáxia é um organismo envolvido em sua
própria evolução. E mais: esta radiação galáctica também está
comprometida com a evolução da Terra e da vida. As radiações de
densidade vêm se espalhando pela galáxia nesses 4,55 bilhões de anos de
existência do Sol – e, toda vez que atravessam a nossa estrela, alteram
sua dinâmica e também a energia radiante que banha o nosso planeta.
Muitos acreditam que essas diferentes radiações conseguirão explicar
como o desenvolvimento da vida na terra foi se moldando. “Cada vez mais
compreenderemos que o formato das folhas das árvores, por exemplo, foram
moldados não apenas por seleção natural aqui na Terra, mas pela ação da
galáxia como um todo”, acredita o físico e matemático Brian Weimme,
autor do prefácio ao livro Fator Maia, de José Argüelles, os mais famoso
dos divulgadores da profecia Maia.
Astrônomos proféticos
Mais antiga das civilizações
pré-colombianas, os Maias floresceram entre os séculos II e IX da nossa
Era, ocupando as planícies da Penísula de Yucatán, onde hoje fica o
México, quase toda a Guatemala, a parte ocidental de Honduras, Belize e
regiões limítrofes. Eles constituíam povos que falavam línguas
aparentadas e elaboraram uma das mais complexas e influentes culturas da
América. Enquanto a Europa mergulhava na Idade das Trevas, os
habitantes da América Central estudavam astronomia, tinham dois
calendários – um solar de 365 dias, o Haab, e um sagrado de 260 dias, o
Tzolkin – e um sofisticado sistema de escrita por hieróglifos.
Por volta do ano 900, o antigo império
Maia começou a sofrer um declínio de população, e seus suntuosos centros
urbanos foram abandonados por motivos até hoje misteriosos. Seus
habitantes voltaram à vida simples nas aldeias no campo, onde seus
descendentes vivem até hoje. Alguns estudiosos atribuem o abandono das
cidades à guerra, insurreição, revolta social, seca. Mais recentemente,
surgiu a teoria de que eles abandonaram seus centros devido a alterações
nas radiações solares. No século XIII, quando o norte se integrou à
sociedade tolteca, a dinastia Maia chegou ao final, muito embora alguns
centros periféricos sobrevivessem até a conquista espanhola, no século
XVI.
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