1) Thriller – Michael Jackson (1982)
É a música que dá no me ao disco mais vendido da história (mais de
100 milhões de cópias). Só por isso, já mereceria espaço nesta lista.
Mas seus louros não param por ai. É dela também um videoclipe divisor de
águas na indústria do gênero, unindo roteiro, coreografia, figurino e,
claro, música. Ele foi considerado o clipe mais influente da história em
pesquisa feita pelo MySpace no ano passado. Thriller coroou Michael
Jackson como representante do pop e um dos símbolos do imperialismo
cultural americano na década de 80.
2) Like a Rolling Stone – Bob Dylan (1965)
Um sucesso instantâneo quando foi lançada, em 1965, “Like a Rolling
Stone” é considerada a música-símbolo do movimento de contracultura dos
anos 60 e meados dos 70. Enquanto o rock ainda seguia o padrão de falar
de temas leves, como garotas e juventude, Dylan fazia metáforas sobre
problemas sociais e política. Isso numa época em que o movimento
estudantil ganhava as ruas em protesto seja contra guerras, seja contra a
ideologia reinante. Marcou a história da música e das ruas. A canção
mereceu até o primeiro lugar em lista das melhores da história feita
pela revista Rolling Stone americana com mais de 100 críticos.
3)Rock Around the Clock – Bill Haley (1954)
Ela não foi a primeira música de rock da história e seria só mais uma
faixa no lado B de um disco. Mas eis que foi escolhida para a abertura e
um filme (Blackboard Jungle), estourou nas rádios e acabou se tornando a
responsável pela popularização do rock no mundo. O gênero mudou
comportamentos, influenciou gerações e lançou um importante capítulo na
história da música. “Rock Around the Clock” abriu portas para esta
revolução e ainda hoje merece reverência nas pistas de dança.
4) Cross Road Blues – Robert Johnson (1937)
Considerada um dos maiores clássicos do blues, “Cross Road” simboliza
o enxuto, mas influente repertório de Robert Johnson. Idolatrado por
Eric Clapton, Rolling Stones, Led Zeppelin, entre tantos outros, ele
morreu aos 27 anos e deixou de herança 29 canções, o suficiente para
marcar gerações de músicos não só de blues, mas de soul, rock, etc. Diz a
lenda que Johnson vendeu a alma ao diabo em uma encruzilhada no
Mississipi em troca do talento musical e que a simples letra de “Cross
Road” (encruzilhada em inglês) poderia ser interpretada dentro deste
contexto. Independentemente de ser verdade ou não, ela sintetiza o delta
blues, movimento que consolidou o gênero na história da música.
5)Parabéns para você – Patricia e Mildred Smith Hill (1923)
Pode parecer ridículo para muita gente, mas Parabéns para Você (e sua
versão original em inglês) é a música mais tocada do mundo e rende
cerca de US$ 2 milhões por ano só com o direito autoral que é pago
quando é executada em rádio e TV. Obrigatória em todo aniversário, e
considere que todo mundo faz um por ano, ela tem certamente a letra mais
conhecida do planeta. A música pode não ter criado um movimento nem
representado uma geração, mas não tem que se atreva a dizer que um
aniversário seria o mesmo sem o fatídico “parabéns”.
6) Eroica – Beethoven (1804)
Seria possível fazer uma lista só com as sinfonias de Beethoven que
marcaram a história. A mais conhecida e considerada um ícone da música
erudita é a Nona Sinfonia. Mas a terceira, chamada também de Eroica, é
tida como marco do início do período romântico pela renovação na música
clássica que promoveu. Beethoven, envolvido com os ideais da Revolução
Francesa de igualdade, fraternidade e justiça, chegou a dedicá-la a
Napoleão Bonaparte, e a sinfonia virou um retrato da época. O seu
segundo movimento (a sinfonia é dividida em quatro) é a conhecida
“marcha fúnebre” que foi entoada, entre outros momentos, no enterro das
vítimas do atentado na Olimpíada de Munique, em 1972.
7) Amazing Grace – John Newton (1779)
John Newton traficava escravos para a Inglaterra e para os EUA nos
idos de 1750 quando o seu navio enfrentou uma grande tempestade. Por ter
sobrevivido, ele se converteu ai cristianismo e passou a pregar como
pastor. Baseado em seu passado de salvação, compôs Amazing Grace, que se
tornou um hino cristão e uma das músicas mais regravadas da história.
Apesar de ser inglês, foi da cultura americana que ela virou símbolo.
Quem nunca viu um filme hollywoodiano, até daqueles de high school, com
uma turma inteira cantando “Aaaamazing grace! Howwww sweet the sound…”.
Mesmo se tornando um clichê, ainda faz parte do imaginário religioso e
foi tocada em momentos históricos importantes, como nas homenagens às
vítimas do 11 de Setembro.
8 ) Greensleeves (séc. XVI)
Tem gente que acredita que a música é de autoria de Henrique VIII em
homenagem a sua então amante Ana Bolena, outros dizem que é de Mozart.
Mas a verdade é que há registros de que ela já existia cerca de 200 anos
antes de o compositor austríaco ter nascido e sua origem real é
desconhecida. Se hoje ela toca em caixinhas de música, no século XVI ela
serviu de inspiração para Shakespeare (é citada na comédia As alegres
comadres de Windsor), foi tema de quadro de Rosseti (séc. XIX) e aparece
até na ópera Turandot (séc. XX), de Ferruccio Busoni. Influenciando
artistas e movimentos há tantos anos, deixou sua marca na história.
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